MEU lado obscuro

[…O inferno está vazio, todos os demônios estão aqui.
(William Shakespeare)…]

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Meu lado obscuro

Ele é socialmente conhecido como Mikhail Yaroslav, um próspero empresário russo atuando mundialmente no ramo da luxúria.
Mas no seio da Irmandade, ele é o Lobo.
Um 
Vor, braço direito do Pakhan; executor e atual capitão da Bratva.
Ao ser enviado a Las Vegas, a intenção é reconquistar um terreno perdido para os rivais ítalo-americanos e aumentar os domínios russos na região. Afinal de contas, um 
Vor pega o que precisa pegar, quebra o que precisa quebrar e mata quem precisa ser morto.
E disso, Mikhail entende.
Tudo corria perfeitamente dentro do planejado, até o 
Brigadier se envolver com Tatiana, a virgem de olhos doces que precisa de proteção.
Só que ele não é um príncipe em um cavalo preto e não devorar o cordeiro nunca foi opção para um lobo.
Resta saber quem é a presa, quem irá caçar e quem sobreviverá à guerra prestes a explodir em Las Vegas.

Aviso: Este é um dark romance erótico e contemporâneo, cujo enredo se passa em um ambiente de máfia. Os acontecimentos podem desencadear gatilhos. Há cenas de violência explícita, incluindo temas de consentimento questionável, agressão física e verbal, linguagem imprópria e conteúdo sexual gráfico. É uma obra destinada a maiores de 18 anos.

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Deus, que livro intenso, cheio de nuances, onde ninguém é somente mal ou bom, e mesmo assim me apaixonei perdidamente pela história do mafioso russo e a sua menina humilde.

O livro é muito rico em detalhes, o que torna a história mais verídica. Nossa mocinha sofreu muito ao longo da vida e praticamente comeu o pão que o diabo amassou e por isso é justificado todo seu medo em embarcar na paixão que sente pelo mafioso mais velho e experiente que ela.

Fiquei se boca aberta com uma reviravolta importante na metade do livro e como tudo se desenrolou com muita coerência. Não falta ação, suspense, cenas hot maravilhosas e um casal pra lá de intenso. AMEIIII.

5
Manasses Nascimento
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Lucy , estava lendo alguns livros tudo muito calmo esse tempo , aí vem você com o Meu Lado Obscuro e fez meu coração correr , morrer ,gritar , agitou minha vida , foi uma leitura maravilhosa.
Mikhail esse homem teve muita paciência, eu teria dado um tiro na Tatiana , o menina chata , era para ela ser menos chata pois já vivia na merda , tinha que ter um pouquinho mais de maturidade aff . Aquela mãe e irmã Deus me livre eu deixaria passar fome vacas kkk. Kate uma fofa espero que venha um livro dela . Eu fiquei com umas suspeitas sobre o pai da Tatiana depois te chamo no PV , minhas teorias kkk . Obrigada por esse livro maravilhoso .

5
Patyy Gomes
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Como fã de livros da máfia, fiquei muito surpreendida com este livro pela positiva.
Uma história de amores imperfeitos ente inimigos mas que é muito bem escrita e que demonstra o estudo que a autora fez sobre a matéria, foi sem sombra de dúvida o ponto que mais sobressaiu para mim.
A história em sim relata a relação entre um alto graduado da máfia russa e uma jovem americana que apesar de todos as peripécias demonstra ser alguém forte e não
abaixa o nariz para ninguém especialmente para ele.

Adoro quando a mocinha faz do boy cadelinho e ele auauau kkkkkkkkkk

Super recomendo este livro se gostam do género não vão se arrepender

5
Marta

Ele é protetor, absurdo, leal e letal.

Nesse conto você encontra:

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Age gap

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Dark Romance

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Casal complicado

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Cenas hot imperdíveis

Capítulo 1

 

Las Vegas

Dois anos depois. Recostado na porta fechada do carro, em um terreno distante da civilização, deslizo a tela do celular lendo as últimas notícias. A cerca de dez passos de onde estou, Dmitri desce o punho fechado de forma repetida e implacável no rosto do infeliz. É possível ouvir som de osso se partindo, acompanhado de um gemido estrangulado que escapa da garganta do sujeito. — Espere — interrompo, ao não encontrar nenhuma nota comprometedora, e guardo o celular no bolso da calça de alfaiataria. — Não queremos acabar com ele antes que tenha a chance de abrir a boca, não é mesmo? O gigante de longos cabelos solta o colarinho do shestyorka, fazendo com que ele caia no solo. — Se queria que ele falasse algo, deveria ter me alertado. Duvido que saia algo daí. A frase sai acompanhada de um gesto de cabeça, e conforme eu me aproximo, consigo entender o motivo. O rosto do homem se tornou um apanhado de carne disforme e sangue. Dmitri faz bom uso dos anéis que traz no dedo, consigo, inclusive, reconhecer nas reentrâncias suas marcas. Fundas como carimbo. Com a boca entreaberta, buscando por ar, o sujeito cospe sangue e cacos de dente. Volto a cabeça na direção de Dmitri, e faço um bico de aprovação. Um trabalho muito bem-feito. — Alexi Rozek — digo o nome em voz alta, assim que me abaixo ao seu lado, apoiando o joelho na clavícula e pressionando com força. — Pensou que eu não apareceria? — Não… não fiz… — ele murmura em um fio de voz. — Sabe que é até bom que você não consiga falar, Rozek. Ver a mentira pulando de seus lábios seria ainda mais irritante.Levo a mão até sua garganta, posicionando os dedos em torno da glote. O movimento de engolir é sentido; então pressiono, impedindo-o. — De onde eu venho, existem algumas coisas que são consideradas imperdoáveis — explico com lentidão. — Traição está no topo delas. Alexi Rozek é porteiro em uma de minhas casas noturnas, a mesma que andou recebendo visita dos federais há duas noites. Por sorte, o carregamento já havia sido feito e não havia nada ali a não ser o puro entretenimento masculino que o local promove, mas isso acendeu-me um alerta. Não pela visita em si, isso é normal. Sou um russo próspero em terras americanas, vivo sob a mira dos federais. O problema foi notar que eles sabiam exatamente onde procurar: o quarto separado para o estoque de nosso último carregamento. O cômodo está localizado atrás da adega, escondido a ponto de apenas funcionários saberem que ele existe. Era claro que tínhamos um rato entre nós, e não foi difícil descobrir, não após ver esse porco ser abordado por um carro preto a poucos metros do chiqueiro onde ele vive. — Mas você sabe disso, não é mesmo? E, para o seu azar, eu descobri — sussurro. — Porém seu destino pode mudar se me der um nome, pois eu sei que isso não saiu de sua cabeça. O homem se move, ou tenta. Um movimento errático de cabeça apenas, feito para negar. — Não colaborar será uma escolha de merda. — O aperto em sua garganta aumenta, assim como o peso que faço sobre sua clavícula. Chio quando ele tenta se debater. — Talvez você tenha se esquecido que nós sabemos onde mora. Eu conheci Yuliya esta tarde, sabia? A menção de sua esposa, primeiro, o faz paralisar. Depois, os lábios rotos tentam balbuciar alguma coisa. Tenho para mim que teria arregalado os olhos, caso conseguisse abri-los. A família é o ponto fraco da grande maioria dos homens. E ele sabe que sua mulher, uma ucraniana nova, de lindos olhos verdes e um corpo feito pelos deuses, terá um destino terrível nas mãos da organização. Sabe o que fazemos com a família dos traidores. — Me dará um nome? — questiono e acompanho sua mão bater sobre a minha, duas vezes. — Dá — ele concorda.Abaixo-me, tentando compreender seu sussurro. Jun, é o que murmura entre gemidos. A menção desse nome faz meu sangue congelar, posso sentir os arrepios percorrendo cada centímetro, iniciando pelas pontas dos dedos que ainda tocam sua garganta. Logo me torno uma massa ártica. Desgraçado. A última vez que tive problemas com a Yakuza foi quando desembarquei aqui. Como alertado, Raul havia sido um incompetente do caralho e o domínio da Irmandade estava comprometido em terras ianques. Eu resolvi isso. Em seis meses, os japoneses não eram mais problema, ao menos não nesta região. Jun, o desgraçado que comandava Nevada, foi para o inferno embrulhado em uma folha de alga, com um pepino enfiado em seu cu. É por isso que sei que Alexi está mentindo. — Quem enviou você para trabalhar comigo, Alexi? — Levo as mãos até os fios de cabelo empapados e puxo a cabeça para cima. Ele solta um grito agoniado. — Não foi ninguém fora de nossa pátria mãe, que eu sei. Andou passeando por São Petersburgo? — Niet! Eu… não… Aprendi algumas coisas em minha caminhada. Esse rato entre nós é o prenúncio de uma guerra, que ainda não sei de onde vem, mas que será inevitável. E já diria Maquiavel: protelar resultará em minha desvantagem. Solto seu cabelo e levanto-me. Quase posso sentir o alívio do homem, pensando que sairá livre disso. Quando era eu que fazia o trabalho sujo, gostava dessa sensação: a de acompanhar o suspiro aliviado da presa, segundos antes de perceber que não teria escapatória. Não conquistei minhas estrelas à toa. — Cuidarei bem de Yuliya — anuncio, apreciando o desespero do infeliz. Dmitri se aproxima, trazendo sua adaga em mãos. — Como a esposa de um traidor merece ser tratada — completo. — Sabe, Rozek — o anjo começa sua cantiga, em um tom baixo e sem nuances —, às vezes não poder falar e não poder enxergar se torna uma bênção. — Sem delicadeza, ele puxa a língua ensanguentada para fora da boca e, com um golpe seco, a corta fora com a lâmina afiada. Os urros que solta fazem ecos ao local que, por sorte, é bem afastado. A essa hora do dia, isso poderia nos trazer problemas.— Talvez agora esteja arrependido de falar demais, não? — questiono, mesmo sabendo que, por conta da dor, sequer assimila o que eu digo. Sem pena, o executor golpeia a pálpebra inchada, que é transpassada com a lâmina. Uma trilha vermelha escorre ao redor da ferida quando a adaga é retirada. Consigo até mesmo notar que exigiu menos força do que era esperado, e isso se deve ao fato de Dmitri ter estourado esse lado da cabeça do homem. Viro as costas quando o telefone começa a tocar. Atendo de imediato, deixando o sorriso expandir no rosto conforme os gritos do porco aumentam. — Pelo visto, você encontrou o rato — Sergei comenta do outro lado da linha. — Existiu alguma vez que isso não aconteceu, meu caro? — Descobriu quem está envolvido? — Seu questionamento é seguido por uma risada. — Diga que iremos comer massa. Estou louco por um molho ao sugo. — Sinto desapontá-lo, Leão. — Sergei tem fixação pelos italianos, o sonho de sua vida é acabar com a Cosa Nostra. Talvez eles até tenham envolvimento nisso, mas a prudência me manda investigar primeiro. — Ele não entregou nada de útil. — Yebát! O que vai fazer agora? — O que sempre faço, porra! Vou localizar o responsável, não se preocupe. Encerro a ligação não mais ouvindo os murmúrios desconexos de Alexi. A poucos passos de onde estou, sua língua jaz em uma poça de sangue. Passa pouco das cinco da tarde, quando o motorista estaciona o sedan preto em frente ao Palazio. É impossível não soltar um murmúrio de desgosto ao observar o pequeno clube recém-adquirido. Com a fachada parecendo uma mansão saída das páginas de um romance bizarro, o lugar ainda conta com uma placa em neon vibrante anunciando a presença de strippers, brinquedos exóticos e cabines exclusivas para voyeurs.Talvez por isso o local esteja tão vazio quanto a cabeça de quem se aventurou a fazer tal marketing. — A placa acesa deixa tudo ainda pior — Dmitri comenta, enquanto checa o pente de sua pistola. — Existe alguma carne boa neste local, ao menos? — Espero que sim — respondo, abrindo a porta do carro —, levando em conta que o comprei com tudo o que tem dentro. Consegui levantar um bom número de empreendimentos desde que cheguei a esta cidade infernal. Boates, clubes inofensivos e outros nem tanto. O poder da Irmandade por aqui segue crescendo. Ainda assim, não quero ser conhecido apenas como o empresário das bocetas, mesmo sabendo que muito de nosso poder financeiro vem exatamente delas. Mulheres conseguem revirar os bolsos de qualquer homem desavisado, seja de forma convencional ou não. Sendo proprietário de três clubes de strippers, não preciso de mais um. O único motivo que me levou a adquirir o Palazio é sua localização: a uma quadra do famoso Golden Gate Hotel e Casino, onde tudo acontece. Perfeito para erguer um bar de alta classe. Antecedido por Dmitri e seguido por dois Boyeviks [1] , caminho pela calçada quando noto, ao longe, um carro preto estacionado. — Aquele italiano de merda… — Dmitri pragueja e me deixa alerta. O “italiano de merda” é Marco Di Ângelo, Capo de um braço dos calabreses em Los Angeles, cujo carro está estacionado em frente a um restaurante, não muito longe de onde estou. Marco teve duas passagens por Las Vegas que só me trouxeram aborrecimentos. Em uma delas, tingiu as ruas da parte baixa da cidade de sangue italiano, ao entrar em uma disputa de território com a Família Campano. Isso custou algumas cabeças poderosas, incluindo a de Don Carlo. Após isso, a região ficou altamente visada pelas autoridades, o que me obrigou a permanecer na surdina por um tempo, atuando como um perfeito homem de bem. Alguns meses depois, interessado na expansão de seus domínios, o infeliz sugeriu um acordo: ofereceu-me sua irmã, Nicola, em matrimônio. Como se uma união ítalo/russa fosse sequer imaginável em meu mundo. Inferno, como se eu sequer pensasse em matrimônio, seja com a princesinha da máfia ou uma suka [2] qualquer.Sua presença aqui nesta região não é bem-vinda, e eu duvido muito que Don Lorenzo, que assumiu a Família Campano após a morte de seu pai, aceitará isso de bom grado. — Espero que não nos cause problemas, pois… — Minha frase é interrompida quando Dmitri empurra a porta de vidro e o tilintar de uma sineta de aviso se faz ouvir. Olho para um dos seguranças e aponto para o alto. — Remova esta merda. É minha primeira visita ao local, já que toda a negociação foi feita através de um advogado, e a impressão não poderia ser pior. Talvez se eu tivesse feito uma visita prévia, chegaria aqui com o maquinário de demolição. Todo o lugar é horroroso e a decoração de gosto duvidoso: mesas redondas, rodeadas por cadeiras estofadas, ocupando quase todo o salão. Um palco minúsculo à frente, ocupado por duas cadelas balançando o rabo em algum tipo de dança que, espero, não seja o que elas têm de melhor a oferecer. Nossa chegada, inclusive, chamou a atenção delas. Nos observam com olhos gulosos, como se fôssemos os primeiros clientes que elas veriam em anos. À esquerda do salão, um bar que — acredito eu — nunca tenha visto dias melhores. São poucas bebidas, de péssima qualidade. Três bancos altos, apenas, e um balcão com a tintura descascando. — Buscando diversão à luz do dia, gostoso? — O tom forçado da mulher me alcança antes mesmo de seu toque. — Temos cabines vagas, caso queira uma dança particular. Encaro a loira, analisando o material. Sem maquiagem, os cabelos descoloridos presos em um coque no alto da cabeça. O corpo é apresentável, talvez se eu a entregar nas mãos de Sonya, que gerencia as garotas que trabalham para a Irmandade, ela possa melhorar sua aparência. — Veja bem, daragaya… — Deixo os nós dos dedos correrem pela pele marcada do rosto enquanto aproximo os lábios de sua orelha. — Se eu quisesse foder putas, não iria a uma espelunca. — Noto a cor deixar seu rosto, não sei se por tê-la chamado de minha cara em russo, ou pela dureza de minhas palavras seguintes. — Agora, seja boazinha e me diga, onde está o gerente? — Ora, seu… — O xingamento vacila em seus lábios quando vê Dmitri se aproximar. Ela parece compreender quem nós somos. — Está noestoque. — Vá chamá-lo para mim, daragaya. — Faço um movimento com a cabeça, apontando para a porta que vejo nos fundos do bar. — Agora. Ela não discute. Apenas dá a volta, sumindo pela porta entreaberta. Desabotoo o blazer e ocupo um dos bancos, apoiando o cotovelo sobre o balcão. Absolutamente tudo neste local me incomoda. A decoração feia, o odor de coisas velhas, o perfume enjoativo das mulheres, a música de péssima qualidade que soa no ambiente. — Nada aqui será aproveitado — comento com Dmitri e apanho o celular, buscando o telefone do nosso advogado. — Preciso consultar Ruslan para saber qual o procedimento, quero colocar isso tudo abaixo. — Uma pena — ele provoca. — Seria um adicional e tanto ao seu portfólio. Meu portfólio. Lembro-me exatamente da sensação que tive quando Urso ordenou minha vinda para a América. Claro que a maldita obrigação com a Irmandade seguia comigo, faria qualquer coisa para alavancar os domínios daquela que me abriga e me rege, mas nascia algo mais. Nenhum Vor havia sido abertamente bem-sucedido em terras ianques. Claro, os negócios correm e o dinheiro entra, mas sempre por baixo dos panos. Russos, como eu, precisam agir à margem de tudo, e não é o que eu quero. Não nas Américas, não na Europa, não na Ásia. Ter o meu nome no ramo de entretenimento adulto, ao redor do globo e, dessa forma, manter a influência da Irmandade por conta dos contatos que eu fazia, aos poucos, deixou de ser um desejo distante. Pouco a pouco vem se tornando uma realidade. — Pode esperar, Dimka. Esta pocilga será a melhor adição ao meu portfólio — garanto. — Tenho certeza de que, a partir deste empreendimento, as coisas irão mudar e… Um barulho ao fundo, vindo da porta que a cadela entrou para chamar o tal gerente, interrompe meu raciocínio. Me coloco à espera do homem aparecer, quando uma figura miúda transpassa a porta, chamando minha atenção. Pego desprevenido, é como se tivesse sido atingido por um soco na boca do estômago. Instintivamente, retiro o chotki do bolso esquerdo dacalça, segurando as contas entre os dedos, pois a impressão que eu tenho é a de ver a própria Maria à minha frente. Fico preso ao rosto divino, sem conseguir desviar. As sobrancelhas grossas emolduram um par de olhos azuis cristalinos. O nariz perfeito, esculpido, delicado tal qual sua dona. E a boca, sem nenhuma tintura para adorná-la, de lábios finos e rosados, se move dizendo algo, destinado a alguém que vem atrás de si. Ela é perfeita. Pequena, de longos cabelos lisos e escuros, corpo magro, pouca altura. Quando seu olhar me atinge, sinto-me nocauteado. Sem fôlego e sem forças. Pego de surpresa, sem entender direito as minhas próprias reações. — Lobo… — a menção ao meu apelido, vindo da boca de Dmitri, traz-me de volta à realidade —… este é o gerente. A contragosto, viro-me na direção do sujeito que se aproximou do balcão. É inevitável me erguer do banco por alguns centímetros, apenas para medir o infeliz, por conta de suas vestimentas. Todo de preto, à exceção de um blazer dourado; os cabelos penteados de uma forma que me dá a impressão de que ele é uma maldita estrela de Hollywood e, se não estou ficando maluco, o desgraçado está usando cor nos lábios. — Esse infeliz é um pedik [3] ? — questiono a Dmitri, que ri. Somente sendo uma bicha para se vestir dessa forma. — Richard Parker — o homem se apresenta, esticando-me a mão. Ao menos ele não fala de forma afeminada. — No que posso ser útil? — Mikhail Ivanov Yaroslav — dou-lhe meu nome completo, como é o costume russo ao conhecer novas pessoas. Deixo-o com a mão esticada, mantendo nossa ligação no olhar. — Sou o novo proprietário deste lugar, e de tudo o que existe aqui dentro.

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