Se más decisões dessem dinheiro, Thais Guerra estaria milionária. Onde ela estava com a cabeça, quando decidiu ter uma noite tórrida com um completo estranho, sem nem trocar nomes? Tudo bem que ele era um gigante loiro de terno preto, com aquela pegada que desgraça as mulheres. Mas agora ela não consegue tirar o maldito da cabeça. Tanto que passa o ano inteiro afundada em trabalho e sem vontade de se envolver com mais ninguém. Bem feito!
Cansada de tudo e todos, ela decide tirar um mês de férias. De preferência, no fim do mundo, onde seu irmão não consiga encontrá-la. É por isso que escolhe uma hospedaria pequenininha na Irlanda… E lá está ele: o desconhecido inesquecível. Mal-humorado, bruto e mais delicioso do que nunca. Para piorar, ele parece odiá-la, e Thais nem sabe o porquê. Só que o tempo não foi capaz de diminuir a química entre os dois.
Dizem que existe uma linha tênue entre amor e ódio, e logo ela irá descobrir que essa linha se chama atração — e a deles, que começou inesperada, se tornou incontrolável.
AVISO: Conteúdo para maiores de 18 anos, pois possui cenas eróticas.
Volume 3 da trilogia Paixões Inesperadas, livros independentes.
Meu coração se nega a desacelerar. Isso não é bom sinal, mas quem sai na chuva é para se molhar, então, que assim seja.
Nesse livro você encontra:
Conteúdo +18
Cenas hot de tirar o fôlego
Irlandês Gostosão
Mal-humorado, bruto e delicioso
Paixão
Num romance nada convencional
Mocinha enrolada
Daquelas que vive de más escolhas
Capítulo 1
Thais
O The Plaza é, notoriamente, um dos marcos da cidade de Nova Iorque. Vinte andares, quase oitenta metros de altura, mais de cem anos de sua construção e parada obrigatória, nem que seja em frente, caso esteja na cidade.
Foi exatamente este o cenário escolhido para minha despedida. Após ter minhas férias drasticamente encurtadas, eu mereço ter esse luxo e não seria apenas observando ao longe.
Nem pensar! Seria por uma imersão completa ao universo que ele oferece.
Assim que a porta do elevador se abre, eu suspiro. O The Rose Club é um bar tradicional dentro do Plaza, que atende não apenas a hóspedes, mas também visitantes. Localizado logo acima do lobby, é uma das muitas demonstrações de luxo e viagem no tempo deste lugar.
Que lugar lindo!
Os móveis de madeira escura, em tom mogno assim como os degraus das escadas, os corrimãos e as pilastras. Poltronas confortáveis, sofás mais largos e algumas banquetas espalhados pelo ambiente, que tem um ar intimista por conta da iluminação roxa e vermelha espalhada do salão.
Sentindo-me a dona e proprietária, me aproximo do bar, que está quase vazio. Fui informada que o local funciona apenas até à meia-noite e como são quase 22h00, a maioria dos clientes deve ter se retirado.
Ajeito o decote, puxando-o de forma discreta. Não quis usar nada muito chamativo, então optei por um vestido claro de tecido fluido, comprimento médio e decote em V. Uma maquiagem leve, um par de saltos, cabelo solto e bem-escovado, porque hoje eu vim para matar. Quase uma versão nova-iorquina da Julia Roberts em Uma Linda Mulher[1].
Não sou a pessoa mais provida de curvas, mas uma olhada de relance à parede espelhada atrás do bar me deixa satisfeita.
— Boa noite, em que posso servi-la? — O barman, um homem branco de meia-idade, elegante e com um sorriso acolhedor, se aproxima me entregando o menu de bebidas.
Coloco minha carteira sobre o balcão e, me ocupando de um dos bancos altos na lateral, apanho a lista que ele me oferece. Preciso controlar a expressão de susto ao ver que o preço médio das bebidas é bem salgado: trinta dólares o drinque mais barato.
Xingo mentalmente meu irmão por mais esse disparate e, talvez, eu o faça pagar a fatura do meu cartão.
— Vou querer um Cosmopolitan — peço, devolvendo o menu. Já que terei que pagar uma fortuna em um drinque, farei isso em grande estilo, afinal de contas, Carrie Bradshaw vive e é rainha por aqui.
Enquanto aguardo a bebida ficar pronta, olho para trás, analisando melhor o ambiente. A parte inferior do bar, ligado a esse espaço por um lance de escadas, ainda tem alguns clientes espalhados pelo local.
Um grupo de amigos risonhos fazendo um brinde.
Uma família terminando um aperitivo, em uma mesa mais afastada.
Um casal que parece trocar juras de amor com os olhos.
Dois homens conversando em uma mesa mais próxima à janela. E essa não parece ser uma conversa amistosa, dada a postura do gigante que se encontra em pé, de costas para mim. Com o dedo em riste, ele se curva para o que está sentado que, parecendo inabalável, apenas aponta para a cadeira vazia à sua frente.
Quando o homem arruma a postura, parece ainda maior. Ele deve ter o que, dois metros de altura? De certa forma, exala uma aura de cão do inferno, ainda mais por estar todo vestido de preto.
Devido à penumbra do salão, mal consigo vê-lo direito. Eles trocam mais algumas palavras e o homem se senta, os movimentos do seu corpo ainda muito rígidos, como se precisasse se controlar. E como se atraído por meus pensamentos, seu olhar vagueia até o bar, parando exatamente onde eu estou.
Sinto uma sensação estranha na boca do estômago, como se gelo e lava se misturassem no instante em que nossos olhos se encontram. Eu o reconheço agora, é o mesmo homem em quem esbarrei mais cedo no hall do hotel.
[1] O filme se passa em Los Angeles.